segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Coisas que eu gostaria de ter escrito

BAR RUIM É LINDO, BICHO!

De Antonio Prata

Eu sou meio intelectual, meio de esquerda, por isso freqüento bares meio ruins.Não sei se você sabe, mas nós, meio intelectuais, meio de esquerda, nos julgamos a vanguarda do proletariado, há mais de 150 anos. (Deve ter alguma coisa de errado com uma vanguarda de mais de 150 anos, mas tudo bem).

No bar ruim que ando freqüentando nas últimas semanas o proletariado é o Betão, garçom, que cumprimento com um tapinha nas costas acreditando resolver aí 500 anos de história. Nós, meio intelectuais, meio de esquerda,adoramos ficar "amigos" do garçom, com quem falamos sobre futebol enquanto nossos amigos não chegam para falarmos de literatura.

"Ô Betão, traz mais uma pra gente", eu digo, com os cotovelos apoiados na mesa bamba de lata, e me sinto parte do Brasil.

Nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos fazer parte do Brasil, por isso vamos a bares ruins, que tem mais a cara do Brasil que os bares bons, onde se serve petit gateau e não tem frango à passarinho ou carne de sol com macaxeira que são os pratos tradicionais de nossa cozinha.

Se bem que nós, meio intelectuais, quando convidamos uma moça para sair pela primeira vez, atacamos mais de petit gateau do que de frango à passarinho, porque a gente gosta do Brasil e tal, mas na hora do vamos ver uma europazinha bem que ajuda. A gente gosta do Brasil, mas muito bem diagramado. Não é qualquer Brasil. Assim como não é qualquer bar ruim. Tem que ser um bar ruim autêntico, um boteco, com mesa de lata, copo americano e, se tiver porção de carne de sol, a gente bate uma ali mesmo.

Quando um de nós, meio intelectuais, meio de esquerda, descobre um novo bar ruim que nenhum outro meio intelectual, meio de esquerda freqüenta, não nos contemos: ligamos pra turma inteira de meio intelectuais, meio de esquerda e decretamos que aquele lá é o nosso novo bar ruim. Porque a gente acha que o bar ruim é autêntico e o bar bom não é, como eu já disse.
O problema é que aos poucos o bar ruim vai se tornando cult, vai sendo freqüentado por vários meio intelectuais, meio de esquerda e universitárias mais ou menos gostosas. Até que uma hora sai na Vejinha como ponto freqüentado por artistas, cineastas e universitários e nesse ponto a gente já se sente incomodado e quando chega no bar ruim e tá cheio de gente que não é nem meio intelectual, nem meio de esquerda e foi lá para ver se tem mesmo artistas, cineastas e universitários, a gente diz: eu gostava disso aqui antes, quando só vinha a minha turma de meio intelectuais, meio de esquerda, as universitárias mais ou menos gostosas e uns velhos bêbados que jogavam dominó.

Porque nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos dizer que freqüentávamos o bar antes de ele ficar famoso, íamos a tal praia antes de ela encher de gente, ouvíamos a banda antes de tocar na MTV. Nós gostamos dos pobres que estavam na praia antes, uns pobres que sabem subir em coqueiro e usam sandália de couro, isso a gente acha lindo, mas a gente detesta os pobres que chegam depois, de Chevete e chinelo Rider. Esse pobre não, a gente gosta do pobre autêntico, do Brasil autêntico.

E a gente abomina a Vejinha, abomina mesmo, acima de tudo. Os donos dos bares ruins que a gente freqüenta se dividem em dois tipos:os que entendem a gente e os que não entendem. Os que entendem percebem qual é a nossa, mantém o bar autenticamente ruim, chamam uns primos do cunhado para tocar samba de roda toda sexta-feira, introduzem bolinho de bacalhau no cardápio e aumentam em 50% o preço de tudo. Eles sacam que nós, meio intelectuais, meio de esquerda, somos meio bem de vida e nos dispomos a pagar caro por aquilo que tem cara de barato. Os donos que não entendem qual é a nossa, diante da invasão, trocam as mesas de lata por umas de fórmica imitando mármore, azulejam a parede e põem um som estéreo tocando reggae.

Aí eles se fodem, porque a gente odeia isso, a gente gosta, como já disse algumas vezes, é daquela coisa autêntica, tão brasileira, tão raiz.

Não pense que é fácil ser meio intelectual, meio de esquerda, no Brasil! Ainda mais porque a cada dia está mais difícil encontrar bares ruins do jeito que a gente gosta, os pobres estão todos de chinelo Rider e a Vejinha sempre alerta, pronta para encher nossos bares ruins de gente jovem e bonita e a difundir o petit gateau pelos quatro cantos do globo. Para desespero dos meio intelectuais, meio de esquerda, como eu que, por questões ideológicas, preferem frango a passarinho e carne de sol com macaxeira (que é a mesma coisa que mandioca mas é como se diz lá no nordeste e nós, meio intelectuais, meio de esquerda, achamos que o nordeste é muito mais autêntico que o sudeste e preferimos esse termo, macaxeira, que é mais assim Câmara Cascudo,saca?).

-Ô Betão, vê um cachaça aqui pra mim. De Salinas quais que tem?

Inutilidade no estágio

Estou ensinando minha chefe a jogar campo minado.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

ate tu???

É, gente.

O carnaval de rua já não é mais o mesmo.

Fui pular no "esse é o bom, mas ninguém sabe" e algum infeliz meteu a mão na minha bolsa e de lá tirou meu celular e meu molho de chaves (!!!).

Na lógica inversa da carioquice, o mole foi meu, que com 21 anos de praia fui pro bloco com uma bolsa aberta.

Enfim, aviso aos navegantes que me encontro sem celular, usando meu numero antigo da Oi.

E recomendo aos conterrâneos muito cuidado ao pular carnaval!

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

O maravilhoso mundo das letrinhas rolantes

Minha vida nunca mais será a mesma.

Meu nome vai sair nos créditos do Janela Janelinha, programa da TVE no qual eu trabalho e que é assistido por mais ou menos 5 pessoas, contando meus pais e minha avó.

Mas ainda assim, o primeiro crédito a gente nunca esquece.

domingo, 11 de fevereiro de 2007

Post inaugural: Claro que é sobre o carnaval

E até rima.

Porque será que nessa época do ano TODOS (repito, to-dos) os meios de comunicação possíveis e imagináveis abordam o carnaval insistentemente? Porque será que eu, no meu primeiro post, resolvi falar de carnaval?

A época do carnaval é uma época curiosa. Assim como no Reveillon, você não tem o DIREITO de ficar triste no carnaval. Você tem que sair pros blocos, te obrigam a ficar sorrindo que nem um panaca e a fazer coisas que você não faria em nenhuma outra época do ano, o que é totalmente justificável: afinal, é carnaval.

Para quem não é tão ranzinza quanto eu, vai a programação dos blocos que ainda vão desfilar que uma amiga me passou por e-mail:

Esse é o Bom, Mas Ninguém Sabe - 14/02 - quarta-feira O bloco desfila pelas ruas do Cosme Velho. Cores: Azul e amarelo.Concentração: a partir das 18:30, na quadra dos Guararapes (próxima à saída do Túnel Rebouças, no Cosme Velho).

Discípulos de Oswaldo - Dia 14/02 - Quarta-feira
O bloco é formado por servidores da FIOCRUZ. Concentração: bar do Chico, naRua Castro Tavares, 185, Manguinhos, a partir das 17h.

Bloco Escravos da Mauá - Dia 15/02 - Quinta-feira
Suas cores: azul e amarelo. Concentração: Largo São Francisco da Prainha, a partir das 19h.

Badalo de Santa Teresa 16/02 - Sexta-feira
Desfila no mesmo dia do Carmelitas e ajuda a transformar as ladeiras de Santa em uma verdadeira Olinda Carioca. Concentração: Largo das Neves, a partir das 20h.
Rola Preguiçosa - Dia 16/02 - Sexta-feira
O bloco desfila pela orla da Lagoa, com concentração às 18h na esquina de Maria Quitéria com Epitácio Pessoa. Suas cores: branco e laranja.

Vem ni mim que eu sou Facinha - 16/02 - Sexta-feira e 20/02 - Terça-feira
O bloco é daqueles que não desfila, mas "fica". Sua batucada é animada. Concentração: a partir das 17h, na Rua Prudente de Moraes, 10, Ipanema

Boca que Fala - Dia 16/02 - Sexta-feira
É o bloco do pessoal do SINTRASEF (Sindicato dos Trabalhadores do ServiçoPúblico Federal). Concentração: no pilotis do prédio do MEC, a partir das 18h.

Bloco das Carmelitas - Dias 16/02 - Sexta-feira e 20/02 - Terça-feira
Atrai uma multidão. Desfila pelas ruas de Santa Teresa. Ensaia todos ossábados de janeiro a partir das 19h, no mesmo local onde concentra. Cores: verde, vermelho, azul e amarelo. Concentração: bar do Serginho, Rua Dias de Barros esquina com Ladeira de Santa Teresa, a partir das 18h.

Bloco Rival Sem Rival - Dia 16/02
É o bloco do teatro Rival, que desfila este ano pela primeira vez. O compositor Luiz Carlos da Vila será homenageado. Concentração: Rua Álvaro Alvim, em frente ao teatro Rival.

Concentra Mas Não Sai - Dia 16/02 - Sexta-feira
É o pioneiro dos blocos que não desfilam. Concentração: nos últimos anos foi na Rua Ipiranga, 54, no bar Severyna, a partir das 20h (confirmar).

Bloco do Bip-Bip - Dias 16/02 - Sexta-feira
Suas cores são: vermelho e branco. Concentração: em frente ao Bip-Bip, RuaAlmirante Gonçalves, 50, Copacabana. O bloco desfila ao primeiro minuto (00h01) do sábado de carnaval

Cordão da Bola Preta - Dia 17/02 - Sábado
A mais antiga agremiação em atividade no carnaval carioca. Arrasta umamultidão pelas ruas do Centro. Concentração: em frente à sede do Bola Preta, na esquina das Ruas Evaristo da Veiga e Treze de Maio, na Cinelândia, a partir das 9h.

Bloco do Barbas - Dia 17/02 - Sábado
Suas cores são o branco e o vermelho. Concentração: esquina das Ruas Assis Bueno e Arnaldo Quintela, em Botafogo, a partir das 14h.

Dois pra lá dois pra cá - Dia 17/02 - Sábado
O bloco reúne os dançarinos e amantes da dança de salão. Concentração: Casade Dança Carlinhos de Jesus, Rua Álvaro Ramos, 11 a partir das 14h.

Laranjada Samba Clube - 17 /02 - Sábado
Desfila em Laranjeiras. Suas cores são o laranja e o azul.Concentração: Praça do Chorinho, na Rua General Glicério, em Laranjeiras.

Turma do Gato - 17/02 - Sábado
Tradicional bloco de Pilares. Concentração: Rua Djalma Dutra, 16h

Cordão do Prata Preta - Dia 1702 - Sábado
Desfila na Saúde. Concentração: a partir das 15h, Rua Sacadura Cabral, 375

Devassos da Cardeal -Dia 17/02 - Sábado
Animada roda de samba. Concentração: Bar do Galo a partir das 16h. Rua Cardeal D. Sebastião Leme, 140, Santa Tereza.

Bloco Que Merda é Essa - Dia 18/02 - Domingo
Sai da frente do bar Paz e Amor, que fica na esquina das Ruas Garcia D'Ávila com Nascimento Silva, em Ipanema. Suas cores: marrom e branco. Concentração: a partir das 14 h.

Maracangalha - 18/02 - Domingo
Concentração: Cobal de Botafogo, a partir das 16 horas

Bloco do Meu Kantinho - Dias 18/02 - Domingo e 20/02 - Terça-feira
É o bloco do centro cultural/escola de música para crianças com o mesmo nome. Sai cantando marchinhas carnavalescas pelas ruas da Penha Circular. Cores:vermelho, amarelo e branco. Concentração: meio-dia, na sede do Meu Kantinho - Rua Indígena, 62 - Penha Circular - Tel- 3888-4743.

Bloco dos Coqueiros - Dias 18/02 - Domingo e 20/02 - Terça-feira
A Ilha de Paquetá também tem seu bloco. Cores: laranja, branco e verde.Concentração: a partir do meio-dia, na Praia dos Coqueiros.

Cordão do Boitatá - Dia 18/02 - Domingo
Tem atraído uma multidão, apesar de o horário e o local só serem divulgados em cima da hora. Desfila no Centro. Ano passado desfilou pela Sete deSetembro..Toca marchinhas, maxixes e frevos, ao som de uma orquestra de saxes, flautins e trombones.

Bloco Suburbanistas - Dia 18/02 - Domingo
Concentração: Rua Lima de Sucupira, 176, a partir das 15h, Irajá

É do Pandeiro - Dias 18/02 - Domingo e 20/02 - Terça-feira
Como diz o nome, sua bateria é composta só por pandeiros. Concentração: no Domingo, em frente ao antigo bar Semente, na Rua Joaquim Silva, Lapa. Na Terça-feira, no Jardim de Alah, em Ipanema, a partir das17h.

Bloco de Segunda - Dia 19/02 - Segunda-feira
Desfila em Botafogo. Suas cores: branco, vermelho e azul. A camiseta pode ser adquirida no próprio dia do desfile. Concentração: Cobal do Humaitá (lado da Voluntários da Pátria), a partir das 17h.

Se Melhorar, afunda - Dia 19/02 - Segunda-feira
É o primeiro - e talvez único - bloco intermunicipal do carnaval. Concentra em Niterói e vem de barca até o Rio, onde percorre as ruas do Centro Antigo. Concentração: Praça São Domingos - Niterói

Rancho Flor do Sereno - Dia 19/02 - Segunda-feira
A idéia é reviver os antigos ranchos carnavalescos. Concentração: Avenida Atlântica, no Posto 6, 19 h.

Bloco da Ansiedade - 19/02 - Segunda-feira
É um bloco de frevos. Cores: rosa e prata. Concentração: Mercadinho SãoJosé, em Laranjeiras

Bloco do Clube do Samba - Dia 20/02 - Terça-feira
Um dos blocos mais antigos e tradicionais do carnaval de rua da cidade. Suas cores: preto e branco. Concentração: Avenida Atlântica esquina comSanta Clara, a partir das 14h.

Bloco Meu Bem Volto Já - Dia 20/02 - Terça-feira
Desfila no Leme. Concentração: Avenida Atlântica, no início do Leme, a partir das 15h.

Tramela - Dia 20/02 - Terça-feira
Desfila pelas ruas da Abolição. Concentração: Rua João Pinheiro esquina comRua Teresa Cavalcanti, a partir das 16h.

Só Prá Ver o Que Vai Dar - Dia 20/02 - Terça-feira
O bloco desfila em Botafogo. Cores: Azul e Amarelo. Concentração: esquinadas Ruas Arnaldo Quintela e Oliveira Fausto, a partir das 15 h.

Bloco Virtual - Dia 21/03 - Quarta feira
Desfila do Posto Nove ao Arpoador. Concentração: no Posto Nove, praia de Ipanema, a partir das 18h.

Voltar Pra Que? - Dia 22/03 - Quinta-feira
Suas cores: azul e vermelho. Concentração: em frente ao Teatro Rival, no bar Carlitos, a partir das 20:30h.

Zumbi de Pilares - Todos os dias de carnaval.
Anima o carnaval de rua de Pilares, juntamente com o Pagodão do Beco, apartir das 19h, no Largo de Pilares.

Bloco Bafafá - Dia 24/03 - Sábado
Outro que não desfila, mas fica concentrado na areia do Posto 9, em Ipanema, onde a festa rola ao som da orquestra do Cordão do Bola Preta edoDJ Franz.

Berço do Samba - Dia 24/02 - Sábado
É o primeiro ano do bloco, organizado pelo site Berço do Samba. Concentração: Av. Salvador de Sá, ao lado do Sambódromo, a partir das 17h.

Monobloco - Dia 25/02 - domingo
Desfila pela praia do Leblon, arrastando uma multidão. Concentração: final da praia do Leblon, a partir das 12h.